Será que você sabe, de verdade, como é montar uma estratégia com base em dados?

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Gabriel Lobo

Diretor Executivo

Postado em:

17/6/2024

Dados

Recentemente, trocando com um diretor de escola sobre os dados do bairro e da escola dele, bem como de seus concorrentes, fui surpreendido positivamente com uma análise que ele puxou.

Ele olhando para 3 bairros adjacentes na cidade encontrou um local que somava mais de 4 mil alunos em escolas particulares totalmente pulverizados em diversas escolas, nenhuma grande e, além disso, nenhuma dessas escolas pertenciam a nenhum grande grupo. A visão dele, na hora, foi: aqui é uma possibilidade de entrada e de consolidação. Quem ali está tem que ficar esperto.

O que mais me chamou atenção em tudo foi: independente se é isso que vai acontecer ou não naquela região, ele teve um cuidado, um método e uma conclusão – que para fins de análise, chamamos de hipótese. E é isso que quero chamar atenção de vocês que acompanham aqui semanalmente.

Quando diante de uma grande quantidade de dados, tratados ou não, muitas vezes você não vai ter a resposta de forma imediata, mas é importante que você levante várias hipóteses do que aquilo está querendo dizer, e, então, comece a se aprofundar na problemática – até escolher uma delas para validar.

Vou pegar o exemplo de uma escola, quando comparada com seu concorrente de forma muito próxima:

Quando olhamos para a evolução e número de alunos até o último ciclo, ambas estão praticamente com o mesmo número de alunos e seguindo uma curva extremamente semelhante em termos de número total de alunos.

Até aqui, podemos levantar uma hipótese ou outra relativa à pandemia, quem conseguiu manter mais e segurar o manche ou quem deu desconto e conseguiu segurar e quem não. De qualquer forma, fica claro que precisamos de um aprofundamento e entender esse fluxo por série e segmentos:

E quando olhamos para essa foto, veja que interessante: vemos uma delas com uma base muito maior em termos dos anos iniciais da educação básica e outra com os anos de finalização. Aqui mora a essência da estratégia, especialmente, para a escola da direita: para o longo prazo da escola, ela precisa fortalecer o crescimento da sua base.

Agora, somente, é que se começa a listar as hipóteses de um estar ganhando ali naqueles segmentos:

  • Preço
  • Infraestrutura
  • Adaptação/acolhimento 

E dadas as várias hipóteses, alguma/algumas delas serão escolhidas para validação até que reste uma que envolva todo o planejamento estratégico a ser destrinchado daqui em diante. Por exemplo, se na busca de validar essas hipóteses, a escola entende que é um problema de infraestrutura, agora o planejamento é: como e o que vamos fazer para vencer essa diferença. E aí sim estamos falando de uma escola que entendeu como tomar as melhores decisões e de forma mais racional.

É claro que aqui neste texto tudo parece extremamente simples e rápido, mas não vai ser assim na maioria dos casos e isso envolve até muitos outros dados. O processo de validação é complexo e exige muita dedicação e algumas horas (às vezes, coleta de dados de um ciclo inteiro de marketing e captação, por exemplo) para ser concluído. Mas, o meu ponto aqui é reforçar para todos: cada vez mais isso é exigido de você e da sua escola. O mercado de educação básica está cada vez mais difícil para se manter no amadorismo.

Se alguém quiser trocar mais ideias sobre o tema ou outros, é só chamar. Estou à disposição para trocarmos sobre tudo da educação básica!

Um abraço

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