As perguntas que podem custar (ou garantir) sua próxima matrícula

Mais matrículas se perdem por dúvidas mal respondidas do que por falta de interesse. Agora é a hora de mapear as objeções, escutar o que ficou nas entrelinhas e treinar respostas sólidas. Revisar contatos, entender desistências e preparar argumentos claros transforma o “vou pensar” em matrícula. Quem domina as dúvidas no recesso volta em agosto com resultado — não com as mesmas desculpas.

A matrícula costuma não acontecer mais por dúvida mal respondida do que por falta de famílias interessadas.

Com os corredores vazios agora das férias, temos a chance de fazer um inventário de objeções: listar, uma a uma, as perguntas que travam a decisão dos pais. Julho é perfeito para isso. O silêncio ajuda a ouvir o que, em aula, passa despercebido.

Primeiro passo: revisar cada registro de contato que não virou visita. Nas mensagens curtas: “vou pensar”“preciso conversar em casa”“talvez deixe para depois” está a causa escondida: valor da mensalidade, distância, medo de adaptação, insegurança com o novo sistema de ensino. Só depois de nomeada a dúvida vira alvo tratável.

Segundo passo: ligar para quem desistiu na reta final. Dez minutos de conversa revelam mais do que dez posts novos nas redes sociais. A objeção autêntica raramente aparece escrita no formulário. Pode ser vergonha de dizer que não cabia no orçamento ou receio de que o filho “não se encaixe”. Essas barreiras não evaporam em agosto; pelo contrário, voltam piores.

Com a lista pronta, trate ponto a ponto:

  - Preço não se derruba só com desconto; prova-se valor antes de falar de tabela.

  - Distância não se resolve com “é rapidinho”; mostra-se rotina invertida ou transporte confiável.

  - Proposta pouco conhecida não se vende com folder; convence com uma aula demonstrativa, explicação profunda da direção e depoimento de quem viveu a proposta.

Julho é o laboratório dessas respostas. Treine a equipe até que cada dúvida encontre argumento sólido, história concreta e evidência clara. Quando as visitas retornarem em maior volume, a conversa será menos defensiva e mais resolutiva.

A escola que ignora as objeções no recesso volta em agosto com o mesmo discurso de junho e colhe o mesmo silêncio do responsável que “vai pensar e retorna”. A que chega com o inventário dominado transforma hesitação em diálogo. E diálogo bem conduzido vira matrícula antes que o possível concorrente faça a segunda pergunta.

Dúvida prevista vira argumento. Dúvida surpresa vira vaga perdida. Julho decide qual cena você vai assistir.

Um abraço,