A mina de ouro que a escola tranca na própria gaveta

Enquanto a escola corre atrás de novos leads, centenas de famílias já convencidas são esquecidas. Visitaram, elogiaram, sumiram e nunca mais receberam um contato. O foco no “novo” parece mais empolgante, mas custa caro. Retomar conversas antigas com contexto e cuidado converte mais, sem gastar em mídia. Antes de investir mais em anúncios, vale reativar o que já foi conquistado. O problema não é falta de leads, é falta de memória.

Todo gestor guarda, em algum lugar, uma planilha recheada de gente que já cruzou metade do caminho: visitou a escola, ouviu a proposta, até elogiou a infraestrutura e sumiu. O ano virou, a campanha mudou de cor, o contato virou pó. Enquanto o time de captação comemora “lead fresco” de anúncio novo, centenas de pais que já conhecem o valor da mensalidade e dormiram esperando que alguém lembre o nome do próprio filho.

O erro é sedutor: novo parece fácil de mensurar, dá sensação de movimento, rende reunião bonita com a agência. Só que cada real investido para atrair curiosos compete com um silêncio velho que ninguém quis quebrar. “Mas já faz seis meses, não quero soar insistente.” Insistência é repetir anúncio no feed; cuidado é retomar onde a conversa parou: “Vocês chegaram a analisar a proposta integral; desde então abrimos o clube de olimpíadas que comentaram naquela visita.” Nada de discurso robótico, nada de PDF genérico: contexto primeiro, pergunta depois, convite curto. 

É atenção pessoal, não perseguição comercial.

Julho entrega a desculpa perfeita: calendário morto, pais com tempo no celular, equipe sem fila na recepção. Basta um roteiro humano, datado, que reconheça a pausa e ofereça um próximo passo palpável. A resposta não virá de todos, mas as que vierem custam zero em mídia e chegam quentes de informação prévia. Recuperar história é mais barato que criar enredo novo (e converte duas vezes mais, porque a novela já passou do primeiro capítulo).

Antes de turbinar o orçamento de tráfego, abra a gaveta. O ouro já está dentro. O que falta não é campanha; é memória.

(Silêncio não economiza, desperdiça. Quem fala primeiro com quem já ouviu a escola falar, não precisa gritar no megafone pago do concorrente.)

Um abraço,